quarta-feira, 1 de julho de 2009

A MUSA DO CARECA

Passo a mão na cabeça... vem a trouxa, As trouxas de cabelos: com a breca! Se a bruta alopecia não me afrouxa, Em poucos dias estarei careca!
Estaria! Estarei é uma meleca,Uma história sem pai, caolha e coxa, Pois quem já não tem pêlos na cachocha Como é que ainda vai ficar careca?
Agora a testa vai-me até à nuca,E um ar de tolo, uma expressão maluca No meu olhar, quando com espelho cruza...
Dá vontade de rir quando percebo Minha cabeça como um rim sem sebo Filtrando o sangue desta fresca Musa!
Fortaleza, março de 1946.

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