segunda-feira, 8 de junho de 2009

Adeus, astro saudoso.

I
Adeus, astro saudoso,
Brancos círio de minha paixão.
Partir, pra nunca mais
Contemplar-te a brilhar na amplidão,

Por certo é doloroso,
É fatal para o meu coração...
Se, contudo, é impossível viver,
Adeus, meigo luar, vou morrer!

Lá daquela mangueira terrível
Que no chão negra sombra projeta
Penderá, daqui a pouco, a tremer
A carcaça infernal de um poeta.
Morrerei! Mas, nas sombras do além,
O eterno repouso hei de ter...

II
Ó Deus, mereço eu
O tormento satânico, eterno,
Da sorte que me deu
Uma negra entidade do inferno?

Mas o homem de alma de aço,
Valoroso e viril, não trepida
Em livrar-se dos laços da vida
Na espiral suicida de um laço.

Tu não vês, Deus do céu, Deus terrível,
Que viver para mim é impossível,
Sem a benção dos ósculos teus?
Adeus, sonhos, adeus, vou partir...
Já que os céus não me querem ouvir,
Para sempre, adeus, sonhos, adeus!

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