I
Adeus, astro saudoso,Brancos círio de minha paixão.
Partir, pra nunca mais
Contemplar-te a brilhar na amplidão,
Por certo é doloroso,
É fatal para o meu coração...
Se, contudo, é impossível viver,
Adeus, meigo luar, vou morrer!
Lá daquela mangueira terrível
Que no chão negra sombra projeta
Penderá, daqui a pouco, a tremer
A carcaça infernal de um poeta.
Morrerei! Mas, nas sombras do além,
O eterno repouso hei de ter...
II
Ó Deus, mereço euO tormento satânico, eterno,
Da sorte que me deu
Uma negra entidade do inferno?
Mas o homem de alma de aço,
Valoroso e viril, não trepida
Em livrar-se dos laços da vida
Na espiral suicida de um laço.
Tu não vês, Deus do céu, Deus terrível,
Que viver para mim é impossível,
Sem a benção dos ósculos teus?
Adeus, sonhos, adeus, vou partir...
Já que os céus não me querem ouvir,
Para sempre, adeus, sonhos, adeus!
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