quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

ADEUS A MINHA PAMPANINI


Era uma vez uma garota muito linda, que mais parecia uma BONECA, que falava e caminhava...
Por onde passava, chamava a atenção de todos, que a elogiavam.
Cresceu junto a seus irmãozinhos, cercada do carinho dos pais, avos e tios, como eu; entre sua casa e o casarão da “ Vovó Alda”, separado apenas por uma grande porta de Igreja!
Quando chegou a idade dos “porquês”, presenciei um dialogo muito interessante, que comprovava que toda criança passa por essa fase: Um pintor estava trabalhando em casa do meu irmão, seu pai. Depois de varias perguntas que Silvana lhe fez, o mesmo respondeu: “Porque não!” Então, inconformada com a resposta, ela continuou com sua curiosidade e retrucou: “ E por que “porque não?...” Foi o jeito rir!
Quando era criança, nos anos 50, estavam fazendo sucesso no cinema italiano, as atrizes Silvana Mangano e Silvana Pampanini. Então passei a chama-la de PAMPANINI.
Ela gostou tanto, que um dia, ao lhe chamarem para almoçar: -“Vem, Silvana!”; ela, impertigada, respondeu pausadamente: “Meu nome e PAMPANINI!”, toda faceira!
Era uma grata de criança, cheia de inocência e doçura!
Silvana teve uma infância feliz.
Recordo de uma linda boneca que o pai trouxe de uma Convenção Internacional do Lions, nos Estados Unidos, que era maior que ela! E a deixou muito contente!
Uma deslumbrante festa de 15 anos, no Palace Clube, em Sobral, marcou indelevelmente sua passagem de menina para moça, com a presença de damas e cavalheiros e da sociedade sobralense, como tiveram também, suas irmas Aldinha e Geisa.
Casando-se jovem, com um engenheiro, teve oportunidade de residir em vários Estados, dentre eles: o Ceara, Pernambuco, Minas Gerais (Belo Horizonte),Acre, Rondônia, Brasília e Amazonas (Manaus).
Teve três filhos: Wagner Neto, Geyne e Daniel.
Nos anos 90 e 91, estive responsável por Wagner e Geyne, quando estudaram nos Colégios São José, em Petrópolis e Santa Marcelina, no Alto da Boa Vista, respectivamente.
Ao regressar de Manaus, em 2009, já com uma netinha (Mell), teve a tristeza de, após um tombo em casa do pai, que lhe causou fortes dares nas costas, constatar par exames médicos, que estava com grave problema pulmonar.
Iniciou-se, então, o tratamento com quimioterapia, radioterapia e transfusões de sangue e plasma, começando assim, a sua “Via Crucis”, embora cercada do carinho especial de suas irmas e de toda a família, que iniciou uma corrente de orações pela sua recuperação, dirigida a todos os Santos da Corte Celestial, dentre Eles: Santa Rita de Cassia, São Peregrino, Frei Galvão e Santa Terezinha do Menino Jesus e invocações a Nossa Senhora Desatadora dos Nós e Nossa Senhora das Graças, da Medalha Milagrosa.
Tive a oportunidade de ir a Búzios, onde existe a única Igreja do mundo dedicada a Nossa Senhora Desatadora dos Nós e pedi pela saúde da minha sobrinha.
A tristeza dominou a alma de todos os parentes.
Com seu falecimento, só podemos concluir que Deus prefere chamar para junto Dele, prematuramente,as pessoas boas e belas.
Que seja feita a Sua Santa Vontade, enquanto ficamos com o coração partido de dor e saudade.

Fany Almeida Soto Rodriguez
Da Academia Nacional de Letras e Artes do
Rio de Janeiro
.

0 Comentários:

Postar um comentário