terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Eventos Históricos de Sobral...


Dia 01/12 de (1826)
Nascimento de Maria Tomásia – A Libertadora.A cearense Maria Tomásia Figueira Lima, abolicionista, natural de Sobral, participou, em 1882, da fundação da Sociedade das Cearenses Libertadoras que lutavam pela abolição da escravatura. Maria Firmina dos Reis, educadora e escritora negra, natural de São Luiz (MA), considerada a primeira romancista brasileira, é de sua autoria a obra abolicionista ÚRSULA, publicada em 1859. Tia Ciata, quituteira, natural de Salvador, Bahia, foi uma grande referencia da comunidade negra no Rio de Janeiro, sua casa transformou-se no berço do samba. No início do século XVII a educadora potiguar Nísia Floresta, rompendo os padrões sociais vigentes, lutou pela educação de qualidade para as mulheres, escreveu textos questionando a supremacia masculina, publicou livros e é considerada uma das primeiras feministas brasileiras.

Embora a Constituição de 1891 vetasse o direito de voto aos analfabetos, mendigos, soldados e religiosos, sem mencionar as mulheres, elas ainda tiveram que lutar muito, até obter este direito. Dois episódios são ilustrativos das resistências encontradas. O primeiro foi o da gaúcha e cirurgiã dentista Izabel de Souza Matos. Em 1885, ela requereu alistamento eleitoral, apoiada na Lei Saraiva que garantia o voto a quem tivesse título científico, e seu pedido foi atendido. Quando veio a República, Izabel procurou a comissão de alistamento eleitoral para fazer valer seu direito, mas o Ministro do Interior deu um parecer contrário, julgando o pedido de Izabel de Matos absolutamente improcedente.

O Século XX foi um período de lutas políticas e eclosão efetiva da luta das mulheres pela conquista da cidadania. Lutaram pelo direito ao voto, o fim dos regimes autoritários assim como pela eqüidade de gênero em vários setores. Bertha Lutz, líder feminista e bióloga paulistana foi uma das fundadoras da FBPF – Federação Brasileira Pelo Progresso Feminino, liderando grande parte do movimento sufragista da década de 1920. Fez parte da elaboração do Código Eleitoral, em 1931. Carolina Maria de Jesus, descendentes de escravos, natural de Sacramento (MG), tornou-se escritora à partir de suas anotações onde retratava seu cotidiano de mulher, negra e favelada em São Paulo. Autora do “best-seller” Quarto de despejo, entre outros. Nieta Campos da Paz, ativista política, natural de São Paulo (SP), lutou pelas liberdades democráticas. Militou em diversas organizações e movimentos defendendo os direitos das mulheres e a paz mundial. Integrou o PCB. A mineira Lélia Gonzalez, antropóloga e militante negra, esteve na década de 1970 a frente da fundação do Movimento Negro Unificado, tendo sido uma das protagonistas das discussões sobre gênero e raça no país. Ângela Borba, historiadora, integrou a Ação Popular (AP), foi co-fundadora do partido dos trabalhadores (PT) e do grupo Nós Mulheres (RJ) e grande ativista no encaminhamento de políticas públicas para as mulheres e militante feminista nacionalmente reconhecida.

O século XXI desponta trazendo na bagagem maior participação das mulheres na educação, mercado de trabalho, nos movimentos sociais e na política. Nem por isso as mulheres deixaram de entrar no por século XXI trazendo velhas questões, como exemplo, a modesta presença das mulheres no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas, Câmaras de Vereadores, no Executivo (em todos os níveis) e nos partidos políticos.

Os estudos de gênero, para além do modismo, foram fundamentais para revelar a participação das mulheres ao longo do processo histórico, apresentando novos conteúdos que ajudam a superar a invisibilidade feminina na história oficial.

Conscientes do seu papel político no processo de transformação social, seja nas relações de gênero, sejam nas relações étnico-raciais, no relacionamento com as diferentes esferas de poder e com os novos parceiros, as mulheres continuam impondo outros desafios, tais como a defesa da autonomia, a luta pela superação das desigualdades econômicas e sociais, pela liberdade e igualdade de gênero e pela radicalidade da democracia em casa, no país e no mundo.

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